Sob qualquer ponto de vista, o australiano Julian Assange é um heroi do jornalismo – e, consequentemente, da democracia. Ter dado conhecimento público de documentos secretos estadunidenses que mostravam os expedientes ilícitos e imorais do exército daquele país em suas campanhas nas guerras do Iraque e do Afeganistão, contudo, marcaram seu destino e fizeram do fundador do WikiLeaks um condenado em dúzia e meia de acusações, inclusive espionagem.
Desde 2019 ele está encarcerado numa penitenciária de segurança máxima na região de Londres, no Reino Unido, cidade onde por algum tempo viveu exilado na sede da embaixada do Equador.
Nesta sexta (17), contudo, o Reino Unido aceitou o pedido de extradição feita há algum tempo pelos Estados Unidos e deve enviá-lo para o país.
Em entrevista coletiva, a mulher de Julian, Stella Assange, disse que o marido pode vir a “tirar a própria vida” caso seja realmente extraditado para os Estados Unidos.
No Brasil, o ex-presidente Lula lamentou a notícia e previu, por meio de sua conta no Twitter, um desfecho sinistro para Assange. “Hoje tomaram a decisão de extraditar o Assange para os EUA. E se ele for extraditado, certamente é prisão perpétua, e ele morrerá na cadeia. E nós, que estamos aqui falando de democracia, precisamos perguntar: que crime o Assange cometeu? Ele só falou a verdade.”