A democracia é uma delícia, disse Ciro Gomes em debate presidencial de 2018, numa resposta a Cabo Daciolo. Pois dá para dizer que o PSDB também é uma delícia, ou ao menos, sejamos justos, faz a delícia dos comentadores políticos do país, tamanho o talento da sigla para a autossabotagem.
Após realizar à custa das burras do fundo partidário o reality show das prévias de 2021, aquelas que consagraram João Doria candidato tucano a presidente este ano; após pressionarem esse mesmo Doria para que abandonasse sua pretensão eleitoral; após namorarem por reiteradas vezes a candidatura do ex-governador Eduardo Leite, derrotado por Doria; após apoiarem Bolsonaro sem mais aquela no Legislativo; após tudo isso e mais um pouco, o PSDB tomou uma decisão.
Conforme deu a conhecer nesta quinta (9), o partido vai apoiar a senadora do MDB Simone Tebet em sua pretensão presidencial. É possível que indique um nome para a vice-presidência.
Simone, cuja última preocupação é com a crise interna do PSDB, agradeceu pelo Twitter: “Sabemos da responsabilidade. Estamos prontos. Com coragem e amor, vamos reconstruir o Brasil. Recebo com alegria e imensa honra o apoio do PSDB à nossa candidatura.”
Mas notícia boa parece que nunca vem sozinha, e o fato de o colunista de O Globo, Merval Pereira, verdadeiro Mick Jagger da análise política, ter visto “competitividade” numa chapa Tebet/Tasso Jereissati, tema de sua publicação desta quinta (9), deve ter provocado calafrios no estafe da senadora.