Há ao menos um adulto na sala. Na ausência de qualquer manifestação de Jair Bolsonaro, cuja mensagem de paz levada in loco a Vladimir Putin parece não ter sido muito persuasiva, coube ao vice-presidente, Hamilton Mourão, manifestar-se contra o presidente russo e sua decisão de colocar no ventilador a estabilidade do século 21 – ou o que havia dela.
Em desagravo ao povo ucraniano, Mourão disse a jornalistas ao chegar a seu gabinete de trabalho nesta quinta (24): “Se o mundo ocidental pura e simplesmente deixar que a Ucrânia caia por terra, o próximo será a Bulgária, depois os estados bálticos, e assim sucessivamente, assim como a Alemanha hitlerista fez nos anos 30.”
A alusão à Alemanha da Segunda Guerra não parou por aí:
“O mundo ocidental está igual ficou em 1938 com Hitler, na base do apaziguamento. Putin não respeita o apaziguamento (…) na minha visão, meras sanções econômicas, que é uma forma intermediária de intervenção, não funcionam. Vamos lembrar que o Iraque passou mais de 20 anos com sanções econômicas. Nada mudou. O Irã está há não sei quanto tempo com sanção econômica. Também nada mudou.”