Palmeirenses invadem Abu Dhabi para final do Mundial e têm de lidar com costumes locais

Estádio Mohamed Bin Zayed / Dilvulgação/Site Oficial

Aspirante a nova Dubai, capital dos Emirados Árabes Unidos é metrópole moderna, mas é preciso ser razoavelmente discreto e não beber em público

As ruas de Abu Dhabi ficam cada vez mais verdes à medida em que a final do Mundial de Clubes da Fifa se aproxima. Palmeirenses de todas as partes do Brasil chegaram aos Emirados Árabes, onde acontece neste sábado (12), às 13h30 (horário de Brasília), a finalíssima entre Palmeiras e o londrino Chelsea.

O grande apoio da torcida na semifinal contra o Al Ahly já dava uma ideia do que viria pela frente. A concentração de torcedores alviverdes está dividida entre as cidades de Dubai e Abu Dhabi, e nos últimos dias esse número só cresce. Grupos uniformizados com a camiseta do time invadiram shoppings, restaurantes e pontos turísticos locais. Teve até quem se hospedou no mesmo hotel onde está o Palmeiras, o Shangri-la Qaryat al Beri, e conseguiu interagir com os jogadores nesses dias antes da final do campeonato.

Acostumado com costumes ocidentais, o palmeirense que viajou mais de 12 mil quilômetros para acompanhar o time em Abu Dhabi enfrenta um choque de realidade no país-sede da competição. A capital dos Emirados Árabes Unidos apresenta um cenário de diferenças significativas quanto à cultura, comida e, especialmente, religião. Consumir álcool na rua, por exemplo, é proibido por lei. Só é possível beber nos hotéis, desde que seja apresentado o passaporte comprovando ter mais do que 21 anos, e locais autorizados a comercializar cerveja, vinho e outras bebidas com teor alcoólico. A quebra dessa regra, bem como estar bêbado e causar desordem em público, pode render multa e até prisão. A propósito, uma cerveja long neck custa em média R$ 50.

Também é de bom tom, com perdão do trocadilho, evitar falar alto e se portar de maneira exagerada. Até mesmo em Dubai, uma cidade mais cosmopolita, com influência ocidental e repleta de estrangeiros, o alto volume da voz e algazarra não pegam bem. Tirar fotografias de um residente sem o seu consentimento é proibido. O país tem leis severas de proteção à imagem e privacidade. Ou seja, é aconselhável não fazer o extrovertido, tirar selfies e expor os moradores.

Em lugares públicos, abraços, beijos e outras demonstrações de afeto não são bem vistos pela cultura local e podem resultar em consequências legais. Ok, andar de mãos dadas entre casais, é tolerado. Com os nativos a ordem é evitar qualquer contato físico por questões religiosas. Em se tratando de mulheres então, os costumes são ainda mais restritivos. Para evitar confusão, não se deve abordar mulheres muçulmanas com intuito afetivo ou sexual. “Cantadas” comuns no Brasil podem ser interpretados como assédio sexual e a pessoa pode até chamar a polícia. E mais… todos os comportamentos LGBTIA+ são vetados nos EAU.

Mohammed Bin Zayed Stadium || Crédito: Dilvulgação/Site Oficial

O estádio Mohamed Bin Zayed, onde o Palmeiras disputará a final do Mundial de Clubes contra o Chelsea pertence ao Al-Jazeera desde os anos 1980 e passou por uma ampliação em 2009. No térreo ficam uma clínica totalmente equipada para atendimento dos atletas, três vestiários e academia. Já no primeiro andar há uma sala de imprensa, estação de trabalho para veículos de mídia que transmitem os jogos e um centro antidoping.

Três estúdios de TV e cabines VIP estão no segundo andar, mas a maior sala VIP ocupa o terceiro andar, com capacidade para 100 pessoas. Há dois pisos, o 4º e o 5º, reservados para os VVIP’s (Very Very Important Person ou “Vipões”), e prometem ser disputados por palmeirenses que não economizaram nessa empreitada.

Mohammed Bin Zayed Stadium || Crédito: Dilvulgação/Site Oficial