Gilberto Kassab está no lugar em que mais gosta de estar: no caminho das movimentações políticas nacionais. O partido que fundou em 2010 sob o dístico “nem de esquerda, nem de direita, nem de Centro” (não necessariamente nessa ordem) cresceu, tornou-se relevante no Senado e em diversos estados.
Com isso, Kassab posicionou-se para vender caro nas eleições de 2022 o apoio do PSD a legendas mais competitivas.
Mas o plano, que conta – ou contaria – com a engorda do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, (PSD-MG) ao longo do ano, parece que está rateando, e Kassab já vem dando sinais que, se necessário, pode jogar Pacheco ao mar. O ex-prefeito paulistano já citou, de viva voz, os nomes do governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB) e do ex-governador capixaba Paulo Hartung para presidenciável do PSD.
Mas o gesto desta segunda-feira (7) deixa ainda mais claro com quem Kassab quer conversa: Lula. Ao visitar em São José dos Campos o prefeito Felício Ramuth, que deixou o PSDB paulista por ser inimigo de Doria – Ramuth apoiou o gaúcho Eduardo Leite no reality show de novembro passado do PSDB –, e convidá-lo a concorrer ao Bandeirantes pelo PSD, Kassab deixou claro que a hipótese Geraldo Alckmin eterno candidato a governador de São Paulo já era.
Sem citar Alckmin, Kassab deu sua consagração para a chapa Lula-Alckmin e, de quebra, mostrou que sua hipotética terceira via passa bem longe de Doria – de quem Kassab chegou a ser secretário em 2019.
“Faço publicamente, em nome de todo o partido, este convite, e espero que o prefeito possa refletir e responder positivamente, já que é uma excelente opção para o PSD e para o Estado de São Paulo”, afirmou Kassab. O prefeito, seguiu o líder do PSD, “sempre pautou sua atuação pela correção muito profunda”.