Privatizar a Petrobras parece que é algo que se faz com um estalar de dedos. Depois de Sergio Moro, o ex-juiz, ex-ministro de Bolsonaro e ex-consultor a soldo da Alvarez & Marsal, chamar a petroleira de “atrasada” e considerar sua venda para entes privados, assim como a venda de “todos bancos públicos”, foi a vez de seu irmão de fé João Doria caminhar pelo mesmo singletrack.
O governador paulista disse na quinta-feira (3) à emissora CNN que, caso vença as eleições de outubro – considerando que sua candidatura resista ao longo dos próximos meses –, que a “Petrobras será privatizada, numa modelagem bem-feita e bem construída”. E aproveitou para disparar mais um petardo contra o líder das pesquisas:
“Já foi, em um passado não muito distante, no governo Lula. Mas eu não faço essa observação neste momento.”
(Não faz já fazendo? Ficou estranho.)
Doria talvez acredite que não terá dificuldades no Congresso, justamente ele que mal consegue juntar os cacos de seu partido, o PSDB. Talvez faça bem para sua autoconfiança, especialmente numa semana em que teve de tentar reverter o papel bastante negativo a ele atribuído por conta da vintena de mortes em São Paulo em razão das chuvas e do acidente com o tatuzão no metrô da capital paulista.