Não foi apenas a conta suspensa nesta quarta-feira (12) pelo Twitter – por divulgar fake news sobre vacinação infantil – que levou empresário bolsonarista Luciano Hang ao noticiário esta semana. No começo do mês, o colunista Guilherme Amado revelou que o controlador da varejista Havan havia se utilizado da Lei Rouanet, ferramenta de benefício a projetos culturais via renúncia fiscal federal, lei que foi largamente difamada por Jair Bolsonaro durante a campanha presidencial de 2018.
Segundo revelou o jornalista, o empresário contribuiu em 266 ações culturais inscritas e aprovadas para receber recursos da Lei. Para a produção do CD e DVD do cantor Cesar Santoro foram utilizados R$ 240 mil de renúncia fiscal da Havan. E para ajudar a financiar um documentário sobre a vitória do finado Luiz Henrique da Silveira na eleição para o governo catarinense de 2002, entraram outros R$ 250 mil.
Como se vê, eventos bastante relevantes para a difusão cultural, dignas de uso do dinheiro público. (Contém ironia).
Pelo mecanismo da Rouanet, 4% do imposto devido por empresas pode ser integralmente utilizado em projetos culturais aprovados por comissão da secretaria especial da Cultura responsável pelo escrutínio desses projetos.
No Instagram, em que faz várias postagens ao dia, Hang deu uma resposta indireta à ação do Twitter. “Por anos forçaram os brasileiros a acreditar em vários absurdos, mas os tempos mudaram! Agora com as redes sociais a verdade vem facilmente à tona e não ficamos mais nas mãos do monopólio da informação. Mesmo assim, é necessário filtrar tudo que chega até nós, pois há muita gente mal-intencionada espalhando fake news por aí. Inclusive, eu mesmo já fui vítima de várias. Lembre-se: não podemos aceitar o errado como se fosse verdadeiro. Não acredite em tudo que você vê, lê ou escuta. Fica a dica, pessoal. Estamos juntos para mudar o nosso país!”