Em almocinho entre lobistas e parlamentares, em Brasília, especulou-se sobre a volta de antigos medalhões da política ao Congresso Nacional, nas eleições de outubro. Dois nomes têm sido frequentemente citados: Eunício Oliveira (CE) e Romero Jucá (RO).
Os dois devem ser candidatos a deputado federal, descendo um degrau na escala do poder, já que vieram do Senado, mas ainda melhores do que hoje, sem mandato. Eles fracassaram nas urnas com a onda de renovação proposta por Jair Bolsonaro e seu séquito de seguidores em 2018.
A renovação do Congresso, no entanto, se mostrou ineficaz. De acordo com a professora de Ciência Política da Universidade Estadual de Goiás (UEG) Marcela Assunção, “a instabilidade dos jovens políticos, a inexperiência dos novatos nesta seara e a ambição daqueles que buscavam notoriedade a qualquer custo” atrapalhou as atividades legislativas nos últimos três anos. Para ela, o resultado foi uma inconsistente sequência de votações “com muita coisa realmente boa para o país”.
Mas a volta dos caciques é a solução? “Talvez, apenas para o eleitor que hoje se ressente de ter optado pela mudança num cenário em que não houve, de fato, nenhuma novidade. A nova política se mostrou tão desgastante quanto a velha política, criando, talvez, a necessidade de falarmos urgentemente sobre a reforma política que há anos se desenha no Brasil”.