Fiel às próprias palavras, o vice-presidente da Câmara Federal, Marcelo Ramos (AM), entregou ao TSE na segunda (20) pedido de desfiliação do PL, partido de Valdemar Costa Neto que acolheu no fim de novembro Jair Bolsonaro.
“Seria um constrangimento para o presidente, para o partido, ter um dos seus membros criticando o presidente vez por outra; e seria por outro lado um constrangimento para mim ser filiado ao mesmo partido de um presidente que eu não acredito que seja o melhor para o futuro do nosso país”, disse o deputado.
Ramos busca o reconhecimento da desfiliação sem a perda do mandato, como fizeram a deputada Tabata Amaral (SP), que saiu do PDT para o PSB, e a senadora Leila Barros (DF), que migrou do PSB para o Cidadania.
“A despeito de ter a carta de anuência, não quero que fique nenhuma dúvida de que minha desfiliação tem permissão constitucional e legal”, escreveu Ramos em publicação no Twitter.
Acabo de ajuizar a ação para que o TSE reconheça meu direito de me desfiliar do PL, sem perder o mandato. A despeito de ter a carta de anuência, não quero que fique nenhuma dúvida de que minha desfiliação tem permissão constitucional e legal. pic.twitter.com/odZTRdzH77
— Marcelo Ramos (@marceloramosam) December 20, 2021
A ação tem caráter liminar, ou seja, pede que a decisão seja proferida pelo colegiado com urgência. “Aproveito para renovar minha gratidão ao presidente Valdemar e a toda a bancada do PL, que sempre me apoiou e respeitou”, afirmou Marcelo Ramos.
No último dia 7 de dezembro, Marcelo Ramos havia anunciado a saída amigável do PL e agradeceu o respeito do presidente Valdemar da Costa Neto. Na ocasião, o parlamentar afirmou que ambos entraram em consentimento e que Valdemar assinou a carta que autoriza a desfiliação, bem como a posição de Ramos na Casa.
Ramos foi uma das presenças políticas no jantar do grupo Prerrô que no domingo (19) juntou num restaurante de São Paulo o ex-presidente Lula e o ex-governador paulista Geraldo Alckmin.