Ciro responde a blitz da PF responsabilizando “podridão” e “intrusão” do governo Bolsonaro

Ciro e Cid Gomes || Crédito: José Cruz/Agência Brasil/Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Envolvimento em licitação de 2012 teria sido revelada em delação de 2017 que, segundo ex-governador, não o cita; candidato a presidente em 2022 chama juiz de “picareta”

O ex-governador do Ceará Ciro Gomes recebeu visita da Polícia Federal no começo desta quarta (15) por possível envolvimento com uma licitação pela reforma do estádio Castelão, em Fortaleza, de 2012, e uma delação de 2017 de executivo da Galvão Engenharia que, segundo Ciro, não o citou.

O governador do Ceará na ocasião era seu irmão, Cid Gomes, mas Ciro diz que “nada mais explica” seu envolvimento com o caso, pois não tinha qualquer relação com a execução daquela obra. Em entrevista ao (ainda) apresentador José Luiz Datena, da rádio Bandeirantes, ele culpou a  “podridão do governo Bolsonaro” e sua “intrusão na Polícia Federal” pela blitz.

“Trocaram o delegado e o superintendente daqui [do Ceará]. O atual diretor [geral] da Polícia Federal nunca foi superintendente. Está lá pela amizade íntima com os filhos bandidos de Bolsonaro.”

Ciro disse que a licitação foi vencida pelo menor preço e, comparada às reformas de outros estádios do Brasil, foi a mais barata de todas. Reformas ocorreram em razão da Copa de 2014, que o Brasil sediou.

“Não acho que sou cidadão acima da lei. Quem aceita a vida pública tem te de ter serenidade para aceitar investigação. Mas é uma aberração do começo até o fim”, disse Ciro.

Ciro chamou o juiz que autorizou a batida policial de “picareta” e diz que irá processá-lo, assim como aos dos demais autores da investigação.

O ex-presidente Lula, que vem sendo duramente atacado por Ciro nesta pré-campanha eleitoral, foi ao Twitter prestar solidariedade a seu ex-ministro.

“Quero prestar minha solidariedade ao senador Cid Gomes e ao pré-candidato a presidente Ciro Gomes, que tiveram suas casas invadidas sem necessidade, sem serem intimados para depor e sem levar em conta a trajetória de vida idônea dos dois. Eles merecem ser respeitados.”

Ciro respondeu, desta vez gentilmente: “Obrigado, presidente @LulaOficial. O estado policial de Bolsonaro é uma ameaça à democracia e a todos os democratas. Me considero na obrigação de dar todos os esclarecimentos necessários, em respeito ao povo brasileiro, e o farei.”