Sisudo, Deltan dá guinada em direção de arte em lançamento de carreira política

Deltan Dallagnol || Crédito: Tomaz Silva/Agência Brasil

Agora filiado ao Podemos, ex-procurador da Lava Jato troca imagens sorridentes e o estilo “tesão demais” por discurso messiânico e associação de corrupção com pobreza

Investindo em sua candidatura recém-anunciada a deputado federal, o ex-procurador Deltan Dallagnol, famoso pelo Power Point mais tautológico da história da ferramenta, escolheu uma direção de arte para seus primeiros dias de campanha que é bastante diferente de seu estilo pessoal, ao menos aquele revelado pelo escândalo da Vaza Jato.

Deltan, o sujeito que escreveu em seus grupo de comunicação com outro procuradores “tesão demais essa matéria do O GLOBO de 2010. Vou dar um beijo em quem de Vcs achou isso” e variações do tipo agora aparece em postagens do Twitter com o cenho franzido contra um armário de livros, tudo em tom âmbar.

Os estrategistas de sua rede social decidiram repartir partes do discurso de filiação de Deltan ao Podemos em três tuítes com muitas linhas de texto aplicadas sobre a foto, driblando o limite de caracteres da rede social.

O novo tom é messiânico e salvacionista, um arranjo esperado para quem precisa adotar um discurso impoluto, pudico e virginal, capaz de encobrir deslizes como  a vontade de controlar um fundo do Ministério Público com os R$ 2,5 bi restituídos por casos de corrupção da Petrobras julgados nos Estados Unidos. Escreveu ele:

“Eu me recuso a aceitar que a corrupção é um mal do Brasil. Eu me recuso a aceitar que crianças comam biscoito e tomem leite aguado no almoço da escola. Eu me recuso a aceitar que pessoas morram de câncer e de doenças porque o dinheiro foi desviado.”

Waaal.