Não deixa de ser uma ironia que no segundo dia da micada “cúpula da democracia” de Joe Biden, nesta sexta (10), os Estados Unidos estejam a um passo de receber Julian Assange, condenado a século e meio de prisão por por vazar documentos militares e telegramas diplomáticos, muitos deles mostrando a impertinência das ações norte-americanas na Guerra do Iraque.
O fundador do WikiLeaks cumpre prisão em Londres após passar anos dentro da embaixada do Equador no Reino Unido, que lhe concedeu asilo, mas nesta sexta foi revelado que, em resposta a recurso por parte dos Estados Unidos, o juiz Timothy Holroyde passou a considerar que as condições de detenção na América são aceitáveis e não devem colocar a vida do condenado em risco. Há a possibilidade, inclusive, de Assange ser transferido para seu país natal, a Austrália, e cumprir pena por lá.
Assange tornou-se um heroi do anti-establishment, e sua prisão coloca em questão o exercício da imprensa livre, ferramenta essencial da democracia.