Notabilizado pelas demonstrações de afeto recebidas do presidente Jair Bolsonaro durante sua filiação ao PL, na terça (30), o deputado federal Josimar Maranhãozinho (PL-MA) foi flagrado com a mão na massa, ou melhor, com a mão no dinheiro, e por isso acaba de se tornar (mais) uma pedra no sapato do governo.
Alvo de uma operação da Polícia Federal (PF), o parlamentar é investigado por supostas relações de parentesco com prefeitos e vereadores que formariam um grande esquema de corrupção pelo interior do Maranhão.
Há pelo menos dois inquéritos tramitando contra o deputado no STF. Ele está envolvido no chamado “feirão das emendas” (a.k.a Tratorão), irrigado por verbas do tal “orçamento secreto”, distribuída via emendas do relator. Ao chegar ao destino, ainda haveria partilha por rachadinha.
Nesta sexta (3), Maranhãozinho tornou-se personagem de destaque da publicação Crusoé, aquela que tem o ex-juiz, ex-ministro de Bolsonaro e ex-consultor a soldo de empresas que ele mesmo julgou Sergio Moro em altíssima conta. As imagens apresentadas pelo site da Crusoé foram gravadas em outubro de 2020 no escritório politico do deputado, em São Luiz. O Estadão também publicou reportagem e afirmou ter as mesmas imagens.
Não ser trata do primeiro caso de corrupção no PL, como se sabe, e é pouco provável que seja o último.
Se alguém ainda acreditava no discurso anticorrupção de Bolsonaro, o bambuzal continua a produzir flechas contra ele. Até 2022 ela talvez possa invocar São Sebastião.