“Ele nos devolveu o sonho de uma grande nação”, disse a mestre de cerimônias ao apresentar o ex-juiz e ex-ministro de Bolsonaro Sergio Moro, no evento de sua filiação ao partido Podemos nesta quarta (10).
O evento, prestigiado por deputados distritais do partido e um outro desgarrado, como o deputado federal Júnior Bozella (PSL-SP), teve pouco antes das 11h o discurso de sua principal estrela.
Com sua voz desafinada, Moro subiu ao palco às 10h42 tendo seu banner de campanha – com o slogan “por um Brasil justo para todos” – projetado por trás dele. Logo fez alusão à voz. “Não tenho carreira política e não sou treinado em discursos políticos. Não sou eloquente, muita gente critica minha voz. Se não sou melhor pessoa para discursar, sou alguém que você pode confiar”.
E disse que “não podia se omitir” quando recebeu convite de Bolsonaro para assumir o ministério da Justiça e da Segurança Pública. “Queria combater a corrupção, mas para isso precisava do apoio do governo, e esse apoio foi negado”.
A autocrítica de Moro sobre seus próprios discursos logo se mostrou acertada. Ao ler a frase bombástica “Não existe nenhum cargo que valha a alma de uma pessoa” seu tom foi o mesmo de alguém que recita a ata de uma reunião de condomínio.
A mesma coisa quando se solidarizou com as famílias que perderam parentes pela Covid-19.
Depois de se justificar de que “precisava trabalhar” ao deixar o governo, Moro passou o recado: falou de fome, desemprego, “furo no teto de gastos”, jabutis na aprovação de privatizações, rachadinhas, fim do desmatamento ilegal, imagem “péssima” do Brasil no exterior, economia verde orçamento secreto, prisão em segunda instância e a economia rateando.
E disse que o grande “desafio” de sua geração é erradicar a pobreza no Brasil.
Propôs ainda fim do foro privilegiado e a possibilidade de reeleição para cargos executivos.