Deputado federal mais bem votado do Rio de Janeiro, o calouro Hélio Lopes (PSL) viu que a política não era fácil em seus primeiros seis meses de mandato: sem nenhuma conhecimento do fazer parlamentar, o “amigo negro” de Bolsonaro atuou – e ainda atua – como papagaio de pirata do presidente. Onde houvesse um cercadinho, lá estavam os dois.
Em junho de 2019, uma postagem que não cita o deputado acabou sendo objeto de ação impetrada pelo Lopes. Dizia a postagem, do internauta Amoral Nato, cuja imagem você vê neste post:“Hitler sempre inspirou Bolsonaro. Até no hábito de ter um cachorro sempre atrás de si”. Como não há citação de Lopes, a ilação é feita normalmente por quem se sente agredido.
O caso foi parar nos tribunais e o resultado, dois anos depois, não agradou: o juiz disse que aquilo era “liberdade de expressão” – justamente uma das expressões mais usadas pela miícia digital de Bolsonaro – e que a postagem não continha injúria racial. Tampouco era racista.
Assim como em 2019, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), mais bolsonarista que o próprio Bolsonaro, colocou fogo nos perfis oficiais em solidariedade a Hélio. E, agora, de novo.
Curiosamente, foi a postagem de Carla Zambelli que “mixou” a imagem escolhida por Amoral Nato com a de Lopes – isso não está no original.
De mais votado a ilustre qualquer, Hélio Bolsonaro tem enfrentado dificuldades na pré-campanha para a Câmara. Aliado de primeira hora do presidente e companhia, poderá ganhar como recompensa um cargo vitalício no Judiciário: é que a presidente do TCU, Ana Arraes, se aposenta em julho do ano que vem. A indicação vem do Executivo.