Centrão cultiva ideia de senador vitalício para salvar Bolsonaro da debacle

Jair Bolsonaro, Simone Tebet e Túlio Gadêlha || Crédito: Alan Santos/PR/Marcos Oliveira/Agência Senado/Cleia Viana/Câmara dos Deputados

Congresso começa a considerar vaga vitalícia de senador para ex-presidentes para livrar atual de possível cadeia em caso de perda de imunidade

A criação da vaga de senador vitalício para ex-presidentes da República tem caminhado no Legislativo, insuflada pelo Centrão.

Maneira de fazer com que Bolsonaro não seja preso casa perca imunidade parlamentar por contas das dezenas de crimes de responsabilidade cometidos e catalogados,  o cargo tem sido tratado como possibilidade de “aposentadoria honrosa” aos ex-presidentes da República, o que incluiria ainda Lula e Dilma.

Na Câmara, o deputado Tulio Gadêlha (PDT-PE) lembra que o pedido ressuscita uma PEC de 2002, tirada do armário “unicamente para beneficiar o presidente Jair Bolsonaro”. A PODER Online disse que “é uma situação incomum e não deveria existir. Mandatos eletivos precisam de representatividade. Quem perde nas urnas não representa a sociedade”.

Para Jandira Feghali (PCdoB), criar uma vaga vitalícia no Senado para os ex-presidentes poderia desvirtuar a política, já que hoje, os ex-presidentes Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma e Michel Temer estão vivos e ocupariam vagas na Casa Alta – acompanhando Jair Bolsonaro, se este não for reeleito.

José Sarney não vem sendo citado nas negociações.

A senadora Simonte Tebet (MDB-MS), líder da bancada feminina, acredita na dificuldade de se aprovar um projeto sobre o tema no Senado Federal. “É uma matéria extremamente complexa e não acredito que teria êxito”, afirmou.

Do outro lado, o deputado Hélio Negão (PSL-RJ), afirma que a vitaliciedade é “uma honraria” e que os ex-presidentes têm direito a ela, “por sua trajetória à frente da Nação brasileira”.