Em debate com jornalistas de O Globo no primeiro encontro dos candidatos a candidato a presidente do PSDB, semana passada, João Doria considerou bizarro – ou algo do tipo – as emendas do relator pelas quais Jair Bolsonaro come na mão no Centrão, o grupo que dirige o país há um par de anos.
Foi só o governador paulista dizer que pretende acabar com as emendas de relator se chegar à presidência para os congressistas acelerarem ainda mais a distribuição de recursos aos estados.
Tem circulado no Congresso uma planilha prévia com os números disponíveis para cada estado. Ceará e Distrito Federal estão entre os primeiros, com R$ 800 milhões e R$ 776 milhões, respectivamente.
O alto valor destinado aos cearenses deve-se à moral do deputado Domingos Neto (PSD), ex-relator do Orçamento e um dos idealizadores do dispositivo. No DF, o crédito vai para Flávia Arruda, deputada licenciada do PL e hoje ministra-chefe da secretaria de Governo.
Com a maneira tremendamente amadora de cuidar do gasto público de Paulinho Guedes e seus meninos, houve atrasos no pagamento dessas emendas, e assessores de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, disseram a PODER Online que “os deputados não devem aceitar a retirada do que já foi prometido” caso essa situação se imponha.
Emendas de relator não têm limite – e o teto furado de gastos, caso um dia tenha sido algum limite, não o é definitivamente agora.