Para Krugman, Nobel de Economia de “metodologistas” confirma realismo de “progressistas”

Segundo economista norte-americano Paul Krugman, pesquisa premiada que não vê correlação entre aumentos de salário mínimo e desemprego mostra que “centristas vivem no passado”

Paul Krugman || Crédito: Center for American Progress

O economista Paul Krugman, prêmio Nobel de economia de 2008, fez em sua conta oficial do Twitter comentários sobre os vencedores do prêmio de 2021, cujo resultado foi conhecido nesta segunda (11).

Ganharam a láurea três professores de universidades dos Estados Unidos. David Card, 65, de origem canadense, Joshua Angrist, de origem israelense, e o holandês Guido Imbens. O trio mergulhou na lógica do trabalho, analisando impactos da imigração, escolaridade e do aumento do salário mínimo.

Numa longa “thread” no Twitter, Krugman explicou que o prêmio foi concedido mais para o “método” do que para as “conclusões” e que, embora o prêmio não tenha qualquer conotação política, tem “implicações políticas”.

“Quando pessoas como eu dizem que os progressistas são os realistas e os centristas vivem no passado, uma razão é que a pesquisa empírica moderna frequentemente subestima a ortodoxia do mercado livre que dominou a cena política até há bem pouco tempo”.

Krugman não menciona na thread, mas há um experimento de Card que dá razão ao parágrafo acima. O economista mostrou que não há correlação entre aumento do salário mínimo e aumento de desemprego, axioma da ortodoxia que foi colocado à prova com a Covid-19 mas que frequentemente é usado para justificar políticas de austeridade.