Frances Haugen

Frances Haugen || Crédito: Divulgação/franceshaugen.com

Em entrevista ao tradicional programa “60 minutes”, ex-gerente do Facebook confirma ações da empresa para minorar combate à desinformação e danos à autoestima de seus usuários

Não é possível (ainda) relacionar a longa queda dos aplicativos do Facebook – Instagram e WhatsApp –, nesta segunda (4) com a repercussão da reportagem exibida no tradicional programa televisivo norte-americano 60 Minutes, da emissora CBS.

No domingo (3), a atração do diário foi Frances Haugen, de 37 anos, cientista de dados de Iowa que por 15 anos trabalhou em empresas como Google e Pinterest e foi gerente de produto do Facebook.  Ela se apresentou como a fonte das copiosas reportagens publicadas pelo The Wall Street Journal que colocaram a empresa de Mark Zuckerberg em polvorosa.

Haugen mencionou, por exemplo, a desmontagem precoce do departamento de “integridade cívica” após a eleição dos Estados Unidos de 2020, o que permitiu que, muito antes de a posse de Joe Biden estar assegurada, muita desinformação fosse espalhada pela rede. Além disso, pelas contas do Facebook foram feitas convocações para a invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021.

A ex-funcionário do Facebook também falou sobre a pesquisa interna que mostrou os riscos que o Instagram provoca na autoestima de meninas adolescentes – 13,5% das respondentes mencionaram pensamentos suicidas no levantamento interno da empresa.

“A própria pesquisa do Facebook mostra que o Instagram não é apenas perigoso para adolescentes, que machuca adolescentes, é que o Instagram é distintivamente pior do que outras mídias sociais”, disse Haugen ao programa da CBS.

Haugen deve testemunhar no Senado norte-americano nesta terça-feira (5).