Depois de 16 anos e quatro termos consecutivos como primeira-ministra da Alemanha e provavelmente como principal líder europeia do século 21, Angela Merkel irá deixar a chancelaria. As eleições que vão definir a nova composição do parlamento ocorrem neste domingo (26) e semanas depois ela passa o bastão.
Nenhum analista é capaz de dizer a poucas horas das eleições qual será a coalizão vencedora. As últimas pesquisas dão liderança aos sociais-democratas, do partido SPD, que participa da atual composição de poder, com a vice-chancelaria; depois é o próprio partido de Merkel, a União Democrata Cristã (CDU), que aparece à frente, deixando a sensação do começo de 2021, a deputada Annalena Baerbock, dos verdes, em terceiro, com 15%.
Se é difícil especular sobre o novo parlamento e, portanto, o futuro chanceler, é bem mais previsível e consensual a opinião dos alemães sobre a líder que voluntariamente se retira. Com seu pragmatismo e confiança, Merkel fez esquecer seus antecessores, Gerhard Schröder e Helmut Kohl – a este último coube o duro processo de reintegração das duas Alemanhas.
Um indicador, entre tantos, dá conta do sucesso da empreitada de Merkel: o PIB alemão per capita. Entre 2005, quando assumiu a chancelaria, a 2021, ele aumentou cerca de 30%.
Sai por cima.