Estados voltam a divergir de determinação do ministério da Saúde

Edson Aparecido || Crédito: Divulgação/Governo de São Paulo

Orientação por suspensão de vacinação de adolescentes é acatada por governador de Alagoas e desprezada em São Paulo

Daqui a alguns anos, quando for contada a história da Covid-19 no Brasil, um capítulo importante será destinado às divergências entre União e Estados.

Elas não param, mesmo agora quando a pandemia está bem mais controlada e a vacinação avança pelo Brasil.

Na noite desta quarta (15), o ministério da Saúde, por meio da secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, orientou aos entes subnacionais que suspendessem  a vacinação de adolescentes entre 12 e 17 anos. A campanha só deveria prosseguir com essa faixa etária para os jovens com comorbidades.

A determinação, segundo o ministério, segue entendimento da OMS.

Na cidade de São Paulo, o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, afirmou que divergirá de Brasília e seguirá com a vacinação nessa faixa etária. Em entrevista nesta quinta (16) à emissora CBN, afirmou que 85% dos jovens de 12 a 17 anos sem comorbidades já se vacinaram e que  “quer fazer a imunização completa” ainda esta semana. A razão é que não chegou a ele “nenhuma notícia de evento adverso” com adolescentes vacinados.

Para Aparecido, a questão é menos técnica do que logística. Ele crê que as dificuldades de entrega de vacinas pelos estados neste momento é que justificam essa orientação do ministério.

O governador de Alagoas, Renan Filho (MDB) – filho do senador Renan Calheiros, opositor figadal do governo federal – acatou a orientação do ministério. “A imunização continuará para aqueles que apresentem deficiência permanente ou comorbidades”, tuitou.