Ao tirar satisfação sobre o preço da gasolina e do gás de cozinha com o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, nesta terça-feira (14) o plenário da Câmara dos Deputados ganhou ares de uma grande comissão, beirando uma CPI.
Silva e Luna saiu em defesa de si e do governo de turno e, claro, tentou terceirizar a responsabilidade pelo preço da gasolina pela hora da morte. Em discurso alinhado com o PR, disse que o vilão que compromete o preço do combustível é o ICM, imposto estadual.
“A parte da Petrobras é de R$ 2, parcela que cobre a produção, investimentos, juros da dívida, impostos e participação do governo. O resto são tributos, o custo da mistura de etanol e ICMS”, disse, sem enrubescer.
A ida de Joaquim Silva e Luna ao plenário da Câmara foi proposta pelo deputado Danilo Forte (PSDB-CE), que falou com PODER Online após a sessão. “Não adianta chegar lá com o discurso alinhado e sair de lá sem deixar claro para a sociedade o que houve de fato nessa explicação. Falar que a Petrobras é independente, evocar o discurso governista de que não é culpa da União e, sim, dos estados, não foi um resultado satisfatório”.
Luna foi recepcionado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que havia feito na véspera duros questionamentos e críticas sobre o preço dos combustíveis em suas redes sociais:
Para o deputado Edio Lopes (PL-RR), a justificativa de Luna foi tratada como “simplista”, o que também rendeu uma comparação de Bohn Gass (PT-RS), que disse: “Seguir preços internacionais, uma vez que o Brasil tem produção de petróleo suficiente para seu consumo, é a prova de que a companhia é a principal responsável pela alta nos preços”.
O executivo ouviu, absorveu muitos dos comentários e engoliu as críticas. Está acostumado à vida pública. General da reserva do Exército, foi ministro da Defesa no governo Temer, entre 2018 e 2019. Foi diretor-geral de Itaipu e desde abril comanda a Petrobras.