Revista Poder

Comunidade jurídica vê com estranheza decisão de João Noronha

Ação em desfavor de Alberto Fraga, ex-deputado federal próximo de Bolsonaro, é vista como represália por ter sido preterido para indicação ao STF

João Otávio de Noronha e Alberto Fraga || Crédito: Lucas Pricken/STJ/Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados

Contrariando todas as expectativas, o ministro João Otávio de Noronha, do STJ, negou pedido de liminar em recurso de um habeas corpus em favor do ex-deputado pelo DF Alberto Fraga, sobre uma ação envolvendo peculato e falsidade ideológica.

Próximo de Bolsonaro e ligado à segurança pública, Noronha sabe que Fraga é um ministeriável, especialmente em 2022, quando parte dos ministros deverão deixar o governo, como prevê a legislação eleitoral, para concorrer a cargos eletivos.

O fato de que Bolsonaro um dia disse que não iria fazer de investigados personagens de seu primeiro escalão, algo que poderia ser um óbice para Fraga, na verdade, não quer dizer nada. Que o digam Onyx Lorenzoni e Ciro Nogueira, que responde a cinco processos criminais,

Para integrantes da Justiça, a impressão é de que Noronha parece estar ressentido por ter sido preterido à próxima vaga de ministro do STF. Como se sabe, o nome indicado por Bolsonaro é o do ex-AGU, André Mendonça.

 

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