Com suas obras cheias de formas geométricas, Victor Vasarely é considerado o pai da op art

Victor Vasarely e uma de suas obras

Nas décadas de 1950-1960, as obras em preto e branco com efeito ilusório do artista húngaro se tornam sua marca registrada

Por Ana Elisa Meyer

Na década de 1960, uma nova forma de arte surgia e tornava-se muito popular no Hemisfério Norte: a optical art ou op art, como é mais conhecida. Sua principal característica é o uso de figuras geométricas variadas, de cores puras, e em repetição exaustiva, passando a sensação de movimento que resulta em um efeito ilusório para quem vê. Esse novo caminho da arte, nada convencional, teve o artista húngaro Victor Vasarely como um de seus principais expoentes.

Com suas obras que fazem uma síntese entre a arte concreta e o construtivismo, Vasarely é considerado um dos fundadores da arte cinética. Nascido em 1908, na cidade de Pécs, ele estudou medicina na Universidade de Budapeste, mas sua forte atração pela arte o fez abandonar o curso. Foi se aprimorar na pintura tradicional na Academia Podolini-Volkmann, e, em 1928, se transferiu para a Academia de Mühely, também conhecida como a Bauhaus de Budapeste.

Dois anos depois, mudou-se para Paris, casou-se e trabalhou como designer gráfico e consultor de criação em várias empresas de publicidade. Ao longo de cerca de uma década, dedicou-se, principalmente, a aprofundar seus conhecimentos em design gráfico. Seu fascínio por padrões lineares o levou a desenhar diversos motivos: linhas bicolores, pretas e brancas, e deformações ondulantes, em que a sensação de profundidade e as diversas dimensões dos objetos eram uma meta constante.

Posteriormente, a introdução da cor em seus trabalhos lhe permitiu avanços importantes e um dinamismo pictórico ainda maior. Na década de 1940, Vasarely realizou diversos experimentos em suas pinturas produzindo uma obra bastante variada. Foi também um período bastante rico, pois trabalhou em vários estilos já consagrados, como cubismo, futurismo, expressionismo e surrealismo – sem desenvolver ainda seu próprio estilo.

Após a Segunda Guerra Mundial, sua vida financeira começou a melhorar e ele pôde abrir seu primeiro ateliê em Arcueil, subúrbio próximo do centro de Paris, onde finalmente encontrou seu jeito de trabalhar, desenvolvendo sobreposições baseadas em suas heranças geométricas que provavelmente remontam a sua época de design gráfico. No entanto, é nas décadas de 1950-1960 que sua obra em preto e branco marca definitivamente seu trabalho, introduzindo a ideia de movimento, prescindindo da realidade, criando uma nova relação entre o artista e o espectador. Em 1976, criou a Fundação Vasarely, em Aix-en-Provence, na França, e, em 1981, inaugurou o Museu Vasarely, em Pécs, na Hungria, sua cidade natal. Vasarely morreu em Paris, em 1997. Tinha 89 anos.