A agenda política dos anos Bolsonaro não conhece dias úteis ou fins de semana. Com a prisão preventiva do presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, na sexta (13), por atos contra a democracia, o sábado seguinte teve a esperada reação iracunda do Executivo.
No sábado (14), Jair Bolsonaro disse que iria pressionar o Senado para que abrisse processos de impeachment contra seus dois antípodas do momento no STF, os ministros Luiz Roberto Barroso, também presidente do TSE, e Alexandre de Moraes, a quem cabe cuidar, na Corte, do processo que culminou na prisão de Jefferson.
Nesta segunda (16), a contrarreação partiu dos governadores, cuja articulação já havia sido mais orgânica no começo na pandemia. Em nota muito sumária, 14 dos 25 chefes de estados e ainda o governador Ibaneis Rocha, do Distrito Federal, expressam apoio ao Judiciário.
“O Estado Democrático de Direito só existe com Judiciário independente, livre para decidir de acordo com a Constituição e com as leis. No âmbito dos nossos estados, tudo faremos para ajudar a preservar a dignidade e a integridade do Poder Judiciário. Renovamos o chamamento à serenidade e à paz que a nossa nação tanto necessita”, diz a nota, com o previsível tom altaneiro que documentos como esse costumam estar impregnados.
Todos os governadores do Nordeste, como era de se esperar, subscrevem a nota, assim como João Doria e Eduardo Leite, ambos do PSDB, Waldez Goes, do Amapá, e Renato Casagrande, do Espírito Santo.
Também como era de se esperar, o PSDB racha em sua oposição a Bolsonaro, com Reinaldo Azambuja, governador do Mato Grosso do Sul pelo partido, passando longe da nota.
Surpreende que o normalmente alinhado com Bolsonaro Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal, esteja entre os signatários.