Só no sapatinho, o ministro do TST (Tribunal Superior do Trabalho) Ives Gandra Martins Filho é um expert na arte do bem viver. Além dos exercícios frequentes, é adepto da boa mesa, gosta de vinhos caros e tem uma habilidade incrível para se relacionar com “todo mundo que vale a pena conhecer” – sim, lobby.
Mantém um bom trânsito com os últimos presidentes da República, incluídos aí Lula e Dilma, mas entrou de fato para o clubinho no governo de Michel Temer, desde 2016. Estava de olho numa vaga do Olimpo do Judiciário, o STF (Supremo Tribunal Federal), onde ainda sonha dar expediente.
Chegou ao cúmulo, num jantar em Brasília, de se levantar da mesa para servir quitutes para Temer, ainda PR, que havia se queixado minutos antes sobre a “solidão do poder”. Pegou bem, naquele momento.
Hoje, Ives circula com desenvoltura entre os bolsonaristas, recebendo com frequência parlamentares da base e simpatizantes do governo. É figurinha fácil nos grandes eventos promovidos pelo presidente Jair Bolsonaro e sua mulher, Michelle. Tem o respeito e admiração dos filhos 01, 02 e 03, algo difícil de conseguir.
Por essas e outras, muitas vezes é tratado como puxa-saco. Ainda que seja conservador de carteirinha, não um conservador de ocasião.
Isto posto, não supreende que Gandra estivesse ao lado de Bolsonaro no palácio do Planalto no desfile tabajara dos veículos blindados nesta terça (10). Era o membro solitário do poder Judiciário presente.