Pacheco desafina Teoria do Medalhão e afirma confiança na urna eletrônica

Rodrigo Pacheco || Créditos: Marcos Brandão/Agência Senado

Em entrevista à Globo News, presidente do Senado sai de seu figurino costumeiro de contenção e lembra que "até anos atrás" sistema de votação era "motivo de orgulho"

Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) é adepto da Teoria do Medalhão, aquela que dá nome a um famoso conto de Machado de Assis no qual um pai recomenda ao filho jamais se comprometer em seus discursos e atos e evitar a qualquer custo a polêmica.

De vez em quando, contudo, Pacheco desafina seu próprio figurino de contenção e deixa registrada alguma mensagem mais ruidosa.

Nesta sexta (6), em entrevista à Globo News, ele surpreendeu ao estimar que o projeto de lei do voto auditável não deve prosperar. “Eu sinto que a vontade da maioria do Congresso Nacional neste momento é a preservação do sistema eletrônico de votação”, disse.

Mais do que isso, fez questão de afirmar, em nome do Senado, “a mais absoluta confiança” no sistema eleitoral brasileiro. “Não podemos com base num discurso, ou com base numa teoria, modificar um sistema que até poucos anos atrás era motivo de orgulho para o brasileiro”.

Mas a Teoria do Medalhão acabou se insinuando na frase seguinte. “Eu afirmo a minha confiança no TSE e na Justiça Eleitoral, mas nunca deixei de considerar a possibilidade de discutir esse tema. O Congresso Nacional vai se pronunciar, e começou ontem [referência à reprovação do voto “auditável” na comissão especial sobre o tema].

O assunto, de fato, foi gongado na comissão especial nesta quinta (5), mas o próprio Arthur Lira, presidente da Câmara, ventilou que o tema pode ser votado no plenário, numa situação um tanto incomum para o fazer ordinário legislativo.