A CPI da Covid-19 reabriu seus trabalhos nesta terça (3) após o recesso, e, logo em seus primeiros momentos, um enorme sabor de Dia da Marmota, como aquele do filme O Feitiço do tempo, em que tudo acaba por se repetir indefinidamente, teve lugar.
Durante o período dedicado à votação de requerimentos, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) voltou com seu velho tom cordato, citou o autor espiritualista e médium Chico Xavier para propor uma revisão fofa das práticas supostamente erradas da CPI antes do recesso, para, em questão de ordem, pedir que fosse derrubada a quebra de sigilo financeiro da produtora Brasil Paralelo.
A produtora, que se dedica a construir uma história do Brasil bastante enviezada, teria ajudado a propagar o discurso anticientificista e cloroquinista de Bolsonaro.
Em resposta, o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues, preferiu deixar toda a ambiguidade de lado. “O senhor está defendendo uma empresa que é aliada do vírus, aqui nós somos contra o vírus. Ela conspirou contra o isolamento.”
Para ser justo com os fatos, o líder do Governo, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), surpreendeu e conseguiu ocupar o microfone sem apelar a papéis produzidos pelo Planalto.