Em 2020, quando ainda não se imaginava que a pandemia seria interminável, alguns observadores do mercado de consumo cunharam a expressão “revenge expending”, que dava conta de um certo comportamento de “vingança” do consumidor.
Pessoas com ganhos econômicos preservados desejosas de uma boa porção de indulgência partiriam para a ação, seja na aquisição de bens não essenciais, seja na vivência de (caras) experiências gastronômicas ou turísticas.
Viu-se que um dos setores que mais se beneficiaram do aumento de consumo foi o da moda. Nesta segunda (26), o principal conglomerado de marcas de luxo do mundo, o LVMH, divulgou os resultados do primeiro semestre de 2021, e o crescimento do lucro revelou-se notável.
Ele cresceu dez vezes em relação ao mesmo período de 2020, período fortemente impactado pelos lockdowns da pandemia, e 62% em relação ao mesmo semestre de 2019.
“LVMH obteve um excelente semestre, estamos colhendo os benefícios de ter inovado e mantido investimentos durante a pandemia, apesar de estarmos no meio de uma crise global”, disse o CEO e controlador Bernard Arnault, bilionário cuja fortuna recentemente chegou a ser maior que a de Jeff Bezos.
Na divulgação dos resultados de primeiro trimestre, como é de se supor, a performance da LVMH já havia sido notável, de 52% em relação ao mesmo período de 2020 e 45% em relação a 2019.
Ainda que os resultados não detalhem a performance das marcas, Louis Vuitton e Christian Dior mereceram menções pela “excelente arrancada em 2021”.
Relógios e os itens de joalheria, que também envolvem a marca Tiffany & Co., igualmente reagiram, crescendo 35% diante do primeiro trimestre de 2020.
A marca de varejo Le Bon Marche e a rede Sephora, contudo, ficaram bastante aquém do esperado, representando uma queda de 11% na comparação entre os períodos.