Poucos personagens do arranjo civil-militar que marcou o primeiro ciclo ministerial de Jair Bolsonaro são tão disponíveis para o que der e vier como Luiz Eduardo Ramos.
General e ex-comandante militar do Sudeste, ele foi escolhido para substituir o general Santos Cruz na secretaria de Governo (Segov). Santos Cruz se tornou um dos principais detratores de Bolsonaro entre os militares, e Ramos ficou como a figura supostamente – e bota supostamente nisso – responsável pela articulação política.
Era uma época em que se falava em “nova política”, sem “toma-lá-dá-cá”, sem Centrão.
(pausa)
Quando o ministério das Comunicações foi recriado, em 2020, seu titular, o deputado licenciado Fábio Faria (PSD-RN), fez muita questão de informar que a ele caberia “marcar almoços, conversar” com deputados, seus colegas de Câmara, mas em nenhum momento fazer “articulação política”, papel de Ramos.
E assim foi, ou deveria ter sido, até Ramos virar ministro da Casa Civil, na crise com os ex-ministros do Exército, Marinha e Aeronáutica, em março. Então o general foi conduzido à Casa Civil, abrindo espaço para outra parlamentar licenciada, Flávia Arruda, ocupar a Segov.
Bem, agora que um cobrão do Centrão é anunciado para a Casa Civil, o general Ramos deve novamente entrar num rodízio. Ficou pequeno para o general.
Como era mesmo a música adaptada e cantada por outro general do círculo ministerial, Augusto Heleno? “Se gritar pega Centrão…”