A perplexidade geral em torno da multiplicação do Fundo Eleitoral (que triplicou, no orçamento de 2022, pulando de R$ 2 para R$ 6 bi), a ser pago com o meu, com o seu, com o nosso real suado, fez com que outras surpresas da peça orçamentária, aprovada nesta quinta (15) passassem batido.
Ou quase.
As polêmicas emendas de relator, aquelas que facultaram a um governador de um território ter dinheiro para a região de suas terras num estado do Nordeste, entre outros malabarismos, permaneceram intocadas na análise da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
Foi via emenda de relator, como se sabe, que os R$ 3 bilhões entregues à base governista no começo do ano, o tal “orçamento secreto” saíram. Como parte do dinheiro foi usado na compra de tratores, parte deles superfaturados, o repasse acabou conhecido como “tratoraço” e, hoje, está sendo investigado pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
O grande lance das emendas de relator é que elas podem ser distribuídas livremente pelos articuladores do governo – a moeda usada para o Planalto aprovar o que precisa no Legislativo.
Se o “tratoraço” pegou mal, ficou nisso.