Um Rudolph Giuliani alcoolizado pedindo insistentemente a Donald Trump “apenas diga que ganhamos” na noite da eleição à presidência dos EUA, em novembro passado, mesmo quando os números apontavam para vitória de Joe Biden, é apenas um dos trechos polêmicos do livro, I Alone Can Fix It: Donald J Trump’s Catastrophic Final Year, de Carol Leonnig e Philip Rucker, que acaba de ser lançado. O ex-prefeito de Nova York, então atuando como advogado pessoal do presidente, ainda se expôs para defender a mentira de que a derrota foi resultado de fraude eleitoral.
De acordo com os autores, ambos jornalistas do Washington Post, Giuliani abordou os principais assessores de Trump na Casa Branca durante o processo eleitoral. “O que está acontecendo em Michigan?”, perguntou. O gerente de campanha, Bill Stepien, o chefe de gabinete, Mark Meadows, e o consultor sênior Jason Miller disseram que era muito cedo para saber. “Basta dizer que ganhamos”, disparou o advogado.
“O grande plano de Giuliani”, relatam os autores, “era apenas dizer que Trump venceu, estado após estado, com base em nada. Stepien, Miller e Meadows acharam que seu argumento era incoerente e irresponsável, mas o presidente em busca da reeleição concordou com a ideia. “Vá declarar vitória agora mesmo”, disse Giuliani a um furioso Trump. “Você tem que declarar vitória agora.”
Mais tarde, diante do fracasso nas urnas, Trump insistiu: “Isso é uma fraude para o público americano. Isso é uma vergonha para o nosso país. Estávamos nos preparando para vencer esta eleição. Francamente, vencemos esta eleição. Vencemos esta eleição. ”
As palavras do agora ex-presidente deram título a outro autor, Michael Bender, do Wall Street Journal. Seu livro, Frankly, We Did Win This Election, fornece relatos semelhantes sobre o comportamento e embriaguez de Giuliani em momentos-chave. Para quem se interessa por histórias dos bastidores do poder, esses dois lançamentos são um prato cheio.