Bancada feminina promete ser obstáculo para Distritão

Celina Leão, Tereza Nelma e Érika Kokay || Crédito: Câmara dos Deputados

Reforma eleitoral que impõe mudanças no coeficiente eleitoral e é patrocinada por Arthur Lira pode ser dificultada por interesse de mulheres em afirmar cotas

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foi avisado pelos caciques do Centrão que há na Casa um ímpeto para aprovar o Distritão. O projeto voltou a ser discutido e, para poder valer nas eleições de 2022, deve ser aprovado até o fim de setembro.

Mas alto lá: a bancada feminina começou a implicar com o projeto e disse que, com a implementação, elas se sentem prejudicadas e vão pressionar pela cota das mulheres. Quem encabeça o pedido é Celina Leão (PP-DF), que tem endosso de mais de metade das 79 mulheres com mandato na Câmara.

O Distritão simplifica o modelo atual, em que um grande puxador de votos acaba aumentando o coeficiente eleitoral de um partido ou coligação, podendo eleger quem não teve quantidade de votos suficientes para isso.

Outro ponto delicado é a possibilidade de fazer o Distritão como algo provisório, um tiro no pé, e, por isso, o projeto deve vir como algo mais simples, um projeto de lei e não uma emenda constitucional. Afinal, se ficar ruim, em 2026 eles voltam atrás.