A indecisão do presidente Jair Bolsonaro na definição de sua segunda indicação para o Supremo Tribunal Federal (STF) tem atrapalhado a dinâmica do governo. Marco Aurélio Mello já anunciou que sai de cena em 5 de julho — daqui a um mês, pode-se dizer.
Como o PR parece ter outras prioridades, a ministra-chefe da secretaria de Governo, Flávia Arruda, decidiu dar uma enquadrada no chefe, dizendo que existe a necessidade de uma escolha urgente para que a articulação governista consiga, ao menos, diminuir resistências entre os nomes cotados.
O Centrão e seu apetite pantagruélico está sempre no páreo, mas quem parece estar mais próximo do Olimpo neste momento são alguns nomes da cúpula do Judiciário e alguns camaradas do Executivo.
O Senado Federal precisa ainda chancelar o ungido após a indicação. O advogado-geral da União, André Mendonça, que parece se destacar mais pela fidelidade ao hierarca do que pelo saber jurídico, exigiria ainda mais boa vontade doa Casa Alta.
O desembargador federal William Douglas, há apenas dois meses no cargo, tem tentado se aproximar dos filhos de Bolsonaro para… vai que.
E há ainda os que jogam como nunca e perdem como sempre. O ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra Martins Filho, cujo nome é rechaçado por copiosas seções da OAB, inclusive a nacional, e o ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STF) João Otávio de Noronha.
Há o senão religioso. Os dois últimos são católicos.
Moral da história: Flávia Arruda está pegando no tranco.