Desde o fim de abril, o presidente Jair Bolsonaro tem deixado no ar a possibilidade de que seu ministro mais popular, Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura), dispute as eleições de 2022 como candidato ao governo de São Paulo.
“Quem sabe São Paulo adote o Tarcísio para o ano que vem?”, disse o presidente após uma viagem à Bahia, em 26 do mês passado.
O estado, maior colégio eleitoral do Brasil, é fundamental para as pretensões de reeleição do próprio Jair Bolsonaro.
Tarcísio, porém, não quer brigar nas urnas. Palanque, mesmo o eletrônico, não é exatamente a dele.
O ministro não tem paciência (ou estômago) para as tretas que envolvem uma eleição, que vão do escrutínio público da vida privada aos ataques à honra e até ao trabalho desempenhado durante a vida. Não quer perder o viço conquistado com a entrega de obras durante a gestão Bolsonaro.
Em todo caso, ele tem deixado a história correr. Mas seu interesse, e ele disse claramente aos aliados mais próximos em evento na semana passada, é “continuar por perto”, o que quer que isso signifique.
Desagradar o presidente agora, falando que não aceita o convite, é cilada.