Instituto do Cérebro chega aos dez anos e enfrenta a encruzilhada

Crédito: Divulgação/UFRN

Ciência brasileira, demandada pela pandemia e asfixiada por redução de verbas, vive momento paradoxal, e ICe celebra década discutindo esse tema e a si próprio

O conhecimento científico brasileiro vive um momento paradoxal. Ao mesmo tempo em que ele é demandado de maneira inédita com a pandemia, sofre asfixia financeira. As instituições mantidas pela União, como as universidades federais, com restrições orçamentárias estão numa situação que no jargão técnico é conhecido como “Deus dará”.

Mesmo assim, é preciso celebrar. Uma das instituições mais vanguardistas do país, o Instituto do Cérebro (ICe), ligado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), completou nesta quinta-feira (13) dez anos de programas de pós-graduação em neurologia e um eixo de graduação numa instituição conexa.

A celebração propriamente dita ficou para o fim do mês, nos dias 27 e 28, com o House Symposium, um evento que reúne pesquisadores das neurociências para debate de um tema especifico. O deste ano é o próprio ICe, tema que pode parecer um tanto cabotino num primeiro momento, mas revela na verdade a encruzilhada em que a produção científica brasileira está a enfrentar.

Inicialmente sediado numa obra faraônica num campus isolado na região metropolitana de Natal, o instituto agora mudou-se para o campus central da UFRN. As principais linhas de produção de conhecimento são neurobiologia e neurociência computacional. O neurocientista Sidarta Ribeiro, que concedeu esta entrevista a PODER por conta do lançamento de seu livro O Oráculo da Noite, é cofundador e atualmente o vice-diretor do ICe.