Em audiência na Comissão de Relações Exteriores (CRE) da Câmara dos Deputados, nesta quarta (28), o chanceler Carlos França saiu-se bem melhor que seu antecessor, Ernesto Araújo, que viveu um dos momentos mais humilhantes da era bolsonarista também numa sabatina parlamentar, no Senado, em março.
(Sair-se melhor que Araújo não é exatamente mérito, mas França tem traquejo diplomático e clareza de raciocínio, o que é um upgrade inesperado na dinâmica das trocas ministeriais deste governo.)
Na audiência, França defendeu que a quebra de patentes de vacinas contra a Covid-19 não é o melhor caminho para acelerar a vacinação, afirmando ser possível buscar imunizantes em países com excesso de demanda e onde há capacidade produtiva.
Tudo muito bom, tudo muito bem, até que houve confusão entre os deputados Henrique Fontana (PT-RS) e Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que protagonizaram intenso bate-boca após o petista chamar 03 de “embaixador informal” que atrapalhava a política externa do país.
“O cargo de filho é indemissível. Ninguém vai me impedir de ir aos fins de semana no Alvorada conversar com meu pai. Se alguém pode puxar minha orelha, é ele”, afirmou o filho do presidente.
A discussão só não foi pior porque o presidente da CRE, deputado Aécio Neves (MDB-MG), mandou cortar as falas e suspendeu a discussão.
Mas voltemos a Carlos França. Com calma, respondeu às questões de forma objetiva, e contou que procurou o embaixador da China para se explicar sobre as falas do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre o país.
Em qualquer sistema razoavelmente funcional, Carlos França ganharia uma estrelinha por sua atuação esta semana, só que…