Hamzah bin-Hussein

Hamzah bin Hussein || Créditos: WikiCommons

Príncipe da Jordânia é silenciado e colocado em prisão domiciliar pelo próprio meio-irmão, o rei Abdullah II, após criticar “corrupção e incompetência” dos últimos “15 a 20 anos”

Dinastias monárquicas de países árabes e de algumas nações da África negra tendem a se perpetuar, controlando com mão de ferro o aparelho de Estado, os meios de produção e, no que parece estar a se tornar tendência, as fissuras dentro da própria casa real.

A coroa jordaniana, tida como uma das mais estáveis do planeta, viveu grande sobressalto neste fim de semana. Meio-irmão do rei Abdullah II, Hamzah bin Hussein teve sua comunicação restringida e foi advertido para “não sair de casa”.

A prisão domiciliar teria sido decretada em resposta a críticas severas feitas por Hamzah e seus interlocutores ao governo jordaniano.

A ascensão de Abdullah II, há duas décadas, solapou as possibilidades de Hamzah chegar ao trono – especulado para suceder o pai, o rei Hussein, que morreu de câncer em 1999, foi considerado jovem demais na ocasião. Mesmo assim, Abdullah II fez de Hamzah seu príncipe-herdeiro, título que acabou por retirar apenas cinco anos depois.

O príncipe degredado, segundo vídeo conseguido pela BBC inglesa, responsabilizou Abdullah pelo “colapso na governança, pela corrupção e pela incompetência que prevaleceu na estrutura de governo nos últimos 15 a 20 anos e que tem piorado a cada ano”.