Outrora aliado do governo, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro ensaia o discurso de que os bolsonaristas enroscados na Lava Jato se uniram para acabar de vez com o legado da maior operação de combate à corrupção no país.
É o que resta a ele depois do julgamento de sua suspeição, em curso no Supremo Tribunal Federal (STF).
Aliados do ex-ministro apostam que, se o discurso de Moro tiver eco na sociedade, pode ajudar a construir uma terceira via. “Não significa que o nome dele estará numa cabeça de chapa, mas pode fortalecer alguém que ainda esteja cambaleante”, ponderou um cacique do MDB a PODER Online.
Moro só teria chance numa chapa meridiano de Greenwich, não à esquerda, nem à direita. Afinal, a esquerda abomina o juiz que mandou prender o ex-presidente Lula — ainda mais agora que Lula é pop novamente. Na direita, a saída pela porta dos fundos do governo Bolsonaro criou repulsa àquele que um dia era considerado heroi – com direito até a boneco inflável.
Dizem que a solução é atrelar-se a alguém como o hesitante Luciano Huck.
Essa tentativa de sobrevida de Sergio Moro é considerada por muitos o último ato político do ex-juiz e ex-ministro que, se não conseguir chegar ao poder pelo voto, deve abandonar precocemente a carreira pública.