Teve um pouco de tudo no discurso do ex-presidente Lula, o primeiro feito após a decisão do ministro Edson Fachin, na segunda (8), que anulou as decisões da 13ª Vara Federal de Curitiba por incompetência.
A primeira parte de seu discurso teve cumprimentos até à TV Globo, que ontem fez longa cobertura sobre a sessão do STF em que foi discutida e votada a suspeição do ex-juiz Sergio Moro.
“Ontem fiquei feliz de ver a verdade proferida na íntegra. Antes meus acusadores tinham meia hora, e quem votasse contra os ministros do STF e os promotores tinham 30 segundos. Para meus advogados, nem falo, o esforço para aparecer era monumental, nem sempre aparecia”.
Lula fez questão de dizer que o trabalho da imprensa é uma das “maiores razões de manutenção da democracia em qualquer país do mundo”.
Sobre Bolsonaro, foram muitas críticas em relação ao descontrole na resposta à crise sanitária, ao esforço do presidente em armar a população, no esvaziamento dos investimentos.
“Ele não sabe o que é o papel do presidente da República. Na vida inteira não foi nada, não era capitão, era tenente, se aposentou porque queria destruir quartel, e depois de ser vereador e deputado por 32 anos conseguiu passar para a sociedade a ideia de que não era político.”
O ex-presidente disse também que na “semana que vem” irá “tomar a minha vacina”, conclamou todos os brasileiros a fazer o mesmo e lamentou o número crescente de mortes de conterrâneos em razão da Covid-19 e a maneira como elas vêm sendo percebidas. “As mortes são naturalizadas.”
Na sessão de entrevistas após o discurso, ele fez agradecimentos a pessoas que não havia citado na “nomitata” como Dilma Rousseff, Paulo Okamoto e o presidente venezuelano, Nicolas Maduro.