Manobra de Fachin não tira sede de Gilmar em julgar Moro; Nunes Marques pede vista e votação da suspeição não é concluída

Gilmar Mendes || Créditos: Fellipe Sampaio /SCO/STF

Manobra monocrática de Edson Fachin, que anulou os julgamentos de Lula em Curitiba, foi vista como tentativa de salvar Lava Jato e Sergio Moro; mas a depender do “humor dos colegas“, Gilmar Medes vai levar suspeição do ex-juiz a votação

A Segunda Turma do STF se reuniu hoje para discutir a suspeição do ex-juiz Sergio Moro nos julgamentos relativos à Operação Lava Jato.

O ministro Edson Fachin, constituinte dessa Turma, tentou impedir a realização da votação, provocando o presidente do tribunal, Luiz Fux, que não se pronunciou, abrindo caminho para que a sessão seguisse.

O presidente da Turma, Gilmar Mendes, fez um longo veto e arguiu pela suspeição de Moro. Depois, Nunes Marques, o mais recente ministro a compor o Supremo, pediu vista para declarar seu voto, impedindo que houvesse uma decisão.

Para quem chegou agora de Marte, Edson Fachin surpreendeu ontem o país ao anular monocraticamente as decisões de Moro que envolveram o ex-presidente Lula.

Fachin, com cinco anos de atraso, reconheceu a incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba para julgar o ex-presidente, anulando as condenações, mas não fazendo voltar o tempo em que Lula amargou no xilindró – e não pode disputar a eleição de 2018.

A decisão de Fachin foi vista no Supremo como uma tentativa de undécima hora de salvar Moro. Gilmar, em fevereiro, ao comentar parte das mensagens da chamada “Vaza Jato”, material recolhido com o “hacker de Araraquara”, chamou os diálogos de “chocantes” e “constrangedores”.

PODER Online apurou que Gilmar considera a conduta de Moro “detestável”, e a determinação de Fachin teria aberto seu apetite para ir (mais ainda) para cima de Moro.

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