Relatório enviado pelo Banco de Brasília para a presidência mostra que juro amigo não foi exclusividade de Flávio Bolsonaro; para usar linha concedida, senador deveria ter quase o dobro da renda atual
O presidente Jair Bolsonaro recebeu uma cópia do relatório do Banco de Brasília (BRB) que aponta uma alta de 434% no acesso ao simulador de crédito habitacional da instituição.
A parte que lhe compete, digamos assim, é o trecho que demonstra um aumento de 234% nas propostas enviadas ao banco que pedem empréstimo em condições semelhantes às do filho 01, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).
O parlamentar está de mudança para uma mansão no fim do Lago Sul, área nobre de Brasília, que, segundo ele próprio, foi financiada pela instituição — o que, em condições normais, só aconteceria se o senador tivesse uma renda mensal de cerca de R$ 60 mil.
No mesmo relatório, entretanto, o BRB informa ter financiado 235 operações de crédito imobiliário indexadas ao IPCA, no mesmo formato que o contratado por Flávio.
Deste total, 205 tinham taxas fixas de 3,40%, ainda mais baixas que as do senador.
Tranquilizado pela equipe, afinal não se trata de um caso isolado, Bolsonaro ligou para Flávio contando sobre o documento.
Já dá para imaginar o tom da conversa.