O desabafo do governador de São Paulo, João Doria, nesta quarta (3), chamando Jair Bolsonaro de “mito da mentira, das inverdades, da incompetência, da displicência”, mexeu com os humores presidenciais e fez o Planalto correr para divulgar a prematura compra de 100 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 produzida pela Pfizer.
Explicando o “prematura”: executivos da empresa continuam suas idas-e-vindas com o ministério da Saúde na tentativa de fazer com que o Brasil aceite suas condições, a exemplo do que aconteceu em 69 países mundo afora.
O anúncio de que Bolsonaro pretende abrir o bolso na compra do imunizante do consórcio Pfizer/BioNTech ocorreu após pressão dos aliados, inclusive do ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, que acredita haver tempo suficiente para recuperar o terreno neste setor.
Os ouvidos do “PR” ficaram ainda mais quentes quando Doria disse outra frase: “Não disputo eleições para extrair vantagens pessoais, comprar imóveis, fazer rachadinhas ou para proteger filhos”, disse o governador.
No gabinete do presidente, pipocaram comentários e teorias de conspiração sobre o que está por vir nas eleições do ano que vem. Ainda assim, Bolsonaro tem sido aconselhado a evitar o posicionamento raivoso e moderar o tom, falando das vacinas e do esforço da nação para a compra de um produto caro sem dinheiro no caixa.
Será que Bolsonaro conseguirá se controlar?