Live de ACM Neto e Mandetta tenta distanciar DEM de Bolsonaro em 2022

ACM Neto e Mandetta || Crédito: Reprodução/Instagram

Resta saber se a “independência” afirmada ontem, com ministros do partido despachando no Planalto e com a adesão feliz do DEM ao governista Arthur Lira, é da mesma qualidade da música homônima do Capital Inicial

A live que reuniu o presidente do DEM e ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, e o correligionário Luiz Henrique Mandetta colocou o ex-ministro da Saúde numa vitrine. A conversa ocorreu nesta terça-feira (2), dia em que o Brasil bateu o tétrico recorde de mortos em consequência da pandemia de Covid-19, fortalecendo o discurso de Mandetta de que o país “está fazendo errado”.

É difícil dissociar o DEM do governismo. Há deputados licenciados servindo como ministros, casos de Tereza Cristina e Onyx Lorenzoni; além disso, houve cenas de adesão explícita dos parlamentares do partido à candidatura ungida pelo Planalto de Arthur Lira à presidência da Câmara.

Pois bem, na live a dupla quis afirmar, como naquela música do Capital Inicial, independência. “Bolsonaro tomou decisões erradas e, no fim das contas, não preservou nem as vidas dos brasileiros e nem a economia do Brasil”, disse o ex-ministro.

Seguindo na pegada, Mandetta criticou a determinação do governo em mandar uma comissão de dez pessoas para Israel em busca de uma solução nasal contra a Covid-19 pouquíssimo testada, algo que o atual ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, não soube definir (surpresa!).

“Ele [Pazuello] não sabia nem dizer do que se tratava, só disse que era milagrosa”, criticou Mandetta.

Os ataques à gestão Bolsonaro sugerem uma tentativa de distanciamento do governo na fatídica campanha de 2022. Resta saber se a qualidade desses ataques são do mesmo material da independência do Capital Inicial.