Revista Poder

Deputados temem “efeito Orloff” com prisão de Daniel Silveira

Destino do parlamentar fluminense que "colocou em xeque honra de ministros do Supremo", na visão de deputado Marcelo Ramos (PL-AM), inquieta Câmara, que busca evitar proliferação de prisões

Daniel Silveira e Rodrigo Amorim || Crédito: Reprodução/Instagram

“Eu sou você amanhã”. Eis o slogan publicitário de um destilado cujo nome virou verbete do dicionário político brasileiro. Orloff, e, por tabela, “efeito Orloff”.

A expressão foi muito utilizada nos anos 1990, quando a crítica econômica brasileira olhava para a Argentina e via o caos se aproximando do Brasil.

Bem, sem mais narizes-de-cera. A prisão do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), na noite de terça (16), por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF, inquieta seus colegas, temerosos do Efeito Orloff.

O crime que o ministro do STF viu como inafiançável não o é para muitos da Câmara.

“A fala do deputado é gravíssima. Não coloca em xeque só a honra dos ministros do Supremo, é muito mais do que isso. É um crime contra as instituições democráticas. É um crime contra a estabilidade institucional e a relação de independência e harmonia entre os Poderes”, afirmou o vice-presidente da Câmara, o deputado Marcelo Ramos (PL-AM), como registrou nesta manhã o jornal O Estado de S.Paulo.

O tema será discutido às 13h hoje, em reunião de líderes convocada pelo presidente Arthur Lira (PP-AL).

Deputados estão correndo para evitar a prisão de Daniel, como fizeram com Flordelis (PSD-RJ), acusada de mandar matar o marido por envenenamento. Longe do xilindró, zanza por aí de tornozeleira eletrônica.

Antes de Daniel Silveira, apenas quatro deputados federais foram presos no exercício do mandato desde a Constituição de 1988: João Rodrigues (PSD-SC), em 2018; Celso Jacob (MDB-RJ), em 2017; Paulo Maluf (PP-SP), em 2017 e Natan Donadon (MDB-RO), em 2013

Sair da versão mobile