Renovação do auxílio emergencial, agora chamado de BIP, desagrada Economia

Paulo Guedes || Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Ministro Paulo Guedes não quer brasileiros "dependentes do governo"; BIP exige a feitura de um curso, mas ninguém na Economia tem ideia de como seria isso

Revigorado pela oportunidade de acelerar sua agenda reformista, o ministro Paulo Guedes (Economia) não aguenta mais as “chorumelas”, como tem dito em reuniões, envolvendo o auxílio emergencial.

Para o ministro, a volta do auxílio, rebatizado Bônus de Inclusão Produtiva (BIP), com três parcelas de R$ 200 para os mais pobres, vai “deixar o brasileiro ainda mais dependente do governo”, como disse nesta segunda-feira (08) em despachos na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

A ideia é colocar o benefício como um bônus, especificando bem a sazonalidade dele, deixando claro que não é eterno, evitando novos pedidos de socorro.

Teriam direito ao BIP pessoas que fizessem algum tipo de curso. Que curso, onde, por qual instituição, se presencial ou não, no ministério da Economia ninguém tem ideia de como seria o formato do novo programa.

Novidade.

Contrários ao assistencialismo mas vencidos pelas circunstâncias, os liberais buscam um projeto para chamar de seu, uma assinatura.

A expectativa é de que o BIP custe pouco mais de R$ 6 bi por mês, um valor bem menor que os R$ 50 bi do auxílio emergencial pago em 2020.

Para evitar o aumento da cifra, sugeriu-se que  o presidente Jair Bolsonaro fale com o Congresso. Afinal, no ano passado, foi lá que o dinheiro surgiu. O governo, como é sabido, desconhecia amplamente o que era auxílio emergencial, e quando começou a entender do que se tratava aquilo, propôs um valor de R$ 200.

Paulo Guedes, no seu proverbial alheamento de tudo que é minimamente pertinente à vida prática, chegou a dizer que com “5 bi a gente aniquila o coronavírus”.

Se ganhasse por cada declaração estapafúrdia, estaria rindo à toa.