Paralisação dos caminhoneiros, marcada para segunda-feira, alerta Planalto

Crédito: Jonas Pereira/Agência Senado

Dívida pública rampante e prioridade no investimento na imunização coloca foco do Governo Federal longe da categoria que um dia amou Jair Bolsonaro

Certamente prevendo um dia sem grande notícias nos portais e nas TVs, afinal 1° de fevereiro é apenas  o dia de renovação das mesas diretoras das duas casas congressuais, os caminhoneiros escolheram essa data para dar um recadinho ao Governo Federal.

Lideranças da categoria querem atravessar suas jamantas nas estradas e parar toda a atividade regular. A ideia é chamar atenção para as dificuldades do setor, que quer uma solução para o aumento do combustível (5% na gasolina e 4,4% no diesel), entre outras reivindicações.

Jair Bolsonaro, que foi o entusiasmado deputado a apoiar a paralisação da categoria em 2018, visando lucros eleitorais em sua eleição para presidente, agora tenta apelar à, digamos, sensatez.

No governo, a visão é de que o movimento, que pode se tornar uma nova paralisação, pode representar uma derrota política importante para o Planalto, que se gabava de ter os caminhoneiros “no bolso” na primeira metade da gestão.

A CNT (Confederação Nacional do Transporte) emitiu nota hoje informando não apoiar o movimento e assegurando, em nome das empresas transportadoras, “o abastecimento do país, desde que garantida a segurança nas rodovias.”

Não está fácil para ninguém. O Brasil ainda não possui orçamento aprovado para 2021 e vai colecionando dívida interna. E precisa investir na compra de vacinas — o governo de São Paulo, aliás, ainda não recebeu do Governo Federal pela venda da CoronaVac.

Pela primeira vez em muitos anos, não será o Carnaval a razão da ansiedade dos brasileiros pela chegada de fevereiro.