Para cientista político, perfis pouco moderados custaram vitória a Boulos e Manuela

Manuela D’avila || Crédito: Reprodução Instagram

Régis de Albuquerque, da Universidade de Brasília, acha que partidos de esquerda precisam encontrar candidatos de perfil mais moderado, os grandes vitoriosos na eleição de ontem

Por Bernardo Bittar, de Brasília

Tratados como termômetro para as eleições de 2022, os  candidatos vitoriosos às prefeituras de grandes capitais têm, na média ponderada, perfil mais moderado.

Para o consultor legislativo Régis de Albuquerque, falta aos partidos de esquerda encontrar esse tipo de candidato.

“A esquerda precisa estruturar melhor seus quadros nos partidos menores. Hoje, o único preparado é o PT, que ainda amarga a repulsa do brasileiro conservador após escândalos envolvendo corrupção no partido”, disse a PODER Online.

Um dos pontos que ele destaca são os perfis “pouco moderados” de candidatos como Guilherme Boulos (Psol), que perdeu a prefeitura de São Paulo para Bruno Covas (PSDB); e de Manuela D’Ávila (PCdoB), que ficou atrás de Sebastião Melo (MDB) em Porto Alegre.

“Ao contrário do que se viu no primeiro turno, com mais cidades tendendo à centro-esquerda, as grandes capitais tiveram viés de centro-direita, a onda que o Planalto estava ansioso por chegar”, complementa o consultor, que também é professor de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB).

“O grande desafio, daqui pra frente, será a crise econômica e os resultados negativos da pandemia, que, certamente, vão se agravar no ano que vem.”