Por Bernardo Bittar, de Brasília
Deputado federal pelo estreante partido Novo, o deputado Vinícius Poit (SP), foi às redes sociais criticar o desejo do candidato à prefeitura da capital, Guilherme Boulos (Psol), de fazer mais contratações de servidores para combater o déficit da previdência municipal. Boulos fez a declaração em sabatina ao jornal O Estado de S. Paulo.
“Fazer concurso é uma maneira de ter mais gente contribuindo para a previdência pública”, disse o candidato.
Poit afirma que aposentados e pensionistas custam R$ 112 mil por mês para a prefeitura de São Paulo. Trabalhadores na ativa, R$ 126 mil. A receita da previdência paulistana atualmente é de R$ 1,4 bilhão contra um gasto de R$ 9 bilhões, segundo o parlamentar.
“A previdência do setor público foi um dos principais pontos de discussão da reforma da Previdência aprovada em 2019. Isso por causa das diferenças entre trabalhadores da iniciativa privada e servidores dos governos”, afirmou.
Poit tem conhecimento de causa: dispensou a aposentadoria especial para parlamentares juntamente com toda a bancada do Novo na Câmara.
A repercussão negativa da declaração fez Boulos gravar um vídeo para explicar o que disse. Ele não se furtou a usar o muito comum “fala retirada do contexto”, mas foi lapidar: disse não defender que a forma de equilibrar a previdência seja através de novas contratações.
“Eu argumento [no trecho supostamente retirado de contexto] que usar o déficit da Previdência municipal como justificativa para não fazer concursos não faz sentido do ponto de vista contábil, já que os servidores contratados passariam a contribuir também para o fundo de previdência.”