Sim, vivemos uma guerra de vacinas.
Jair Bolsonaro celebrou esta manhã uma vitória ante João Doria com a ocorrência “anômala” da terceira fase de testes da vacina da Sinovac no Brasil. Respondendo numa rede social a um seguidor, escreveu:
“Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Doria queria obrigar todos os paulistanos a tomá-la. O presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha.”
A vacina “chinesa do Doria” vem sendo produzida pelo Instituto Butantan, em São Paulo, e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou ontem que, por conta desse evento anômalo – talvez a morte de um homem de 33 anos, sem nexo causal com a aplicação da vacina em teste, o Butantan não confirma –, suspendeu a avaliação que dá autorização para a continuação dos trabalhos.
Na manhã desta terça (10), uma entrevista coletiva pilotada por Dimas Covas, do Instituto Butantan, Jean Gorinchteyn, secretário estadual da Saúde, e João Gabardo, ex-secretário do ministério da Saúde da era Mandetta e hoje no grupo de ação contra o coronavírus do estado de São Paulo, mostram perplexidade diante da decisão da Anvisa de suspender a análise da vacina da Sinovac.
João Gabardo disse que o tempo em que Anvisa interromper os estudos “é o tempo que vamos perder” no desenvolvimento da vacina.
“Pessoas festejam o fato de ter aparecido um óbito”. É muito triste ter que responder dessa forma a injustiça que esta sendo feita (…) por algumas lideranças muito importantes. É muito triste”, completou Gabardo.